Os principais líderes da China demonstraram, em julho de 2023, uma compreensão crescente do potencial da inteligência artificial (IA). Durante encontros com especialistas, era perceptível uma atmosfera de apreensão econômica. Contudo, a visita subsequente de Selina à China, 19 meses depois, revelou um clima de otimismo renovado.
As discussões abordavam inovações como o DeepSeek e outros chatbots de IA. O crescimento do setor era visível, com a presença de carros elétricos e aplicativos de entrega via drones. Robôs humanoides da Unitree se destacaram no “Spring Festival Gala”, tornando-se um fenômeno mediático instantâneo.
A China está avançada na corrida tecnológica em IA Foto: David Talukdar
A China se posiciona em pé de igualdade ou à frente dos Estados Unidos em diversas áreas tecnológicas, especialmente em relação à IA. O país desenvolveu uma vantagem significativa em disseminação, comercialização e fabricação de tecnologia. Historicamente, a rapidez na adoção de novas tecnologias foi um fator determinante para o sucesso.
Em resposta a recentes tarifas impostas pelos Estados Unidos, medidas de retaliação foram implementadas, refletindo uma estratégia clara para garantir a liderança na era digital.
Tradicionalmente, a China apresentava um ritmo mais lento de inovação. Em 2007, quando Steve Jobs lançou o primeiro iPhone, apenas 10% da população chinesa tinha acesso à internet, e a Alibaba aguardava mais sete anos para sua listagem em bolsa.
O desenvolvimento da IA seguiu um padrão similar. O lançamento do ChatGPT em novembro de 2022, gerou uma série de chatbots em sua esteira na China, muitos dos quais, estimados em anos de atraso. No entanto, o ecossistema tecnológico chinês rapidamente se adaptou, criando competidores de mercado com avanços significativos. O modelo de linguagem grande V3 do DeepSeek, por exemplo, se destacou em benchmarks de desempenho.
Entretanto, os desafios para as empresas americanas se intensificam. Elas dominam a criação de modelos proprietários, exigindo altas taxas de acesso devido aos custos de desenvolvimento, enquanto startups chinesas têm expandido suas operações por meio da distribuição gratuita de ferramentas de IA, acessíveis a pesquisadores e desenvolvedores globalmente.
Plataformas de e-commerce chinesas, como Shein e Temu, assim como as redes sociais RedNote e TikTok, figuram entre as mais baixadas no mundo. A combinação dessa popularidade com a disponibilidade de modelos de IA de código aberto sugere que jovens globalmente estão se engajando com a tecnologia chinesa e agentes autônomos que facilitam suas vidas.
Durante a revolução da internet, a liderança ocidental permitiu que a economia digital dos Estados Unidos alcançasse US$ 2,6 trilhões até 2022, superando o PIB do Canadá. Para que os Estados Unidos se beneficiem da inevitável revolução da IA, será imprescindível adotar a pilha de computação nacional, incluindo algoritmos e hardware, em detrimento da tecnologia chinesa.
Nos últimos 12 anos, a China evoluiu de um papel de imitador para um competidor de peso, com produtos de alta qualidade que, em muitos casos, competem com os do Ocidente. A Xiaomi, anteriormente percebida apenas como uma fabricante de cópias, imprimiu um impacto significativo ao entregar 135 mil veículos elétricos no último ano, enquanto a Apple abandonou seus esforços no setor após um investimento de US$ 10 bilhões em uma década. O país intensificou a adoção de robôs, tendo instalado mais que todas as nações combinadas em 2023, e cultivou um vasto pool de talentos em STEM, robustas cadeias de suprimentos e um ecossistema competitivo que favorece a inovação constante.
O futuro apresenta desafios, e uma organização mais eficaz é essencial para os Estados Unidos, que necessitam aprender com os acertos da China, promovendo compartilhamento aberto de tecnologias e pesquisas em IA.
Ainda que o financiamento à pesquisa tenha sido reduzido, os Estados Unidos mantêm consideráveis vantagens em inovação tecnológica. A China, por sua vez, encara desafios como uma crise imobiliária e altas taxas de endividamento. Contudo, subestimar a determinação chinesa em buscar a supremacia tecnológica pode ser arriscado.
Os Estados Unidos implementaram controles de exportação para conter o avança da IA na China. No entanto, os esforços contínuos dos empreendedores chineses, diante das restrições, revelam uma notável capacidade de adaptação e inovação, conforme exemplificado pelo humor presente em conversas sobre a situação econômica.
O sentimento nacionalista concomitante à resposta às tarifas americanas demonstra um público chinês otimista em relação ao futuro tecnológico, acreditando que o tempo está a favor de Pequim.
A era em que a China era vista como atrasada em relação aos EUA já não existe. Se a capacidade de inovação e abertura da China persistirem, o cenário competitivo na corrida pela IA deverá intensificar-se. Portanto, os Estados Unidos devem explorar ao máximo suas vantagens numa batalha que se desenha em múltiplas frentes.
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