Estudante solicita reembolso após descoberta do uso de IA por professor
20 mai
2025
– 20h11
(atualizado às 20h32)
Uma estudante do último ano da Universidade de Northeastern, nos Estados Unidos, registrou um pedido de reembolso junto à instituição após descobrir que um professor utilizava o ChatGPT na elaboração de suas aulas.
Em fevereiro, Ella Stapleton identificou anomalias nas anotações de uma aula de Comportamento Organizacional. Segundo seu relato, metade do documento continha uma instrução à ferramenta solicitando a ampliação de informações: “expandir todas as áreas. Ser mais detalhado e específico”. Seguia-se uma lista de características, tanto positivas quanto negativas, sobre o assunto abordado, acompanhada de definições e exemplos.
Após compartilhar sua descoberta com uma colega, ambas expressaram preocupação quanto ao investimento e à reputação da universidade. Revisando as apresentações de slides do docente, Stapleton notou indícios do uso de tecnologia de IA no material, como textos desconexos, imagens de funcionários com partes do corpo desproporcionais e erros ortográficos variados.
O curso, que era obrigatório para a especialização em administração, proibia explicitamente práticas consideradas “academicamente desonestas”, o que incluía o uso não autorizado de ferramentas de IA. “Ele nos orienta a não utilizar, enquanto ele próprio faz uso.”, enfatizou em entrevista.
Stapleton formalizou uma queixa ao coordenador do curso, mencionando tanto o uso inadequado da IA quanto questões relacionadas ao estilo de ensino do professor. Em decorrência, solicitou o reembolso da mensalidade correspondente à disciplina, estimada em aproximadamente US$ 8 mil (R$ 45.341,60).
Uma pesquisa revelou que a reclamação de Stapleton não é um caso isolado. Em plataformas de avaliação como “Rate My Professors”, muitos alunos relatam o uso excessivo de ferramentas de inteligência artificial por docentes, argumentando que pagam por educação ministrada por humanos e não por algoritmos. Educadores, por sua vez, defendem o uso de chatbots como uma estratégia para melhorar a qualidade do ensino e otimizar o tempo frente a cargas de trabalho elevadas.