Meta Cria Divisão de Inteligência Artificial Geral para Concorrência com OpenAI e Google

Meta Cria Divisão de Inteligência Artificial Geral para Concorrência com OpenAI e Google

A Meta implementou uma reestruturação em suas equipes de inteligência artificial (IA), visando acelerar o lançamento de novos produtos e consolidar sua competitividade em relação a empresas como OpenAI, Google e ByteDance. As informações sobre essa mudança foram comunicadas por Chris Cox, diretor de produtos da empresa.

A nova estrutura organizacional divide as operações da Meta em duas frentes principais: uma equipe dedicada a produtos de IA, sob a liderança de Connor Hayes, e uma unidade chamada AGI Foundations, co-dirigida por Ahmad Al-Dahle e Amir Frenkel. Espera-se que esta reestruturação promova maior agilidade no desenvolvimento de ferramentas baseadas em IA, além de aumentar a flexibilidade técnica da empresa.

Meta reorganiza time de IA para enfrentar OpenAI, Google e ByteDance
 Foto: Luciana Dyniewicz/Estadão

A equipe de produtos será responsável por iniciativas reconhecidas, como o assistente Meta AI, o Meta AI Studio e as funções de IA integradas ao Facebook, Instagram e WhatsApp. Por outro lado, a AGI Foundations se focará no desenvolvimento de tecnologias subjacentes, incluindo os modelos Llama, que são a base de várias aplicações de IA da Meta, além de aspectos como processamento de voz, lógica de raciocínio e geração de multimídia.

A divisão reflete a estratégia da Meta em responder à complexidade crescente na competição pelo desenvolvimento de IA generativa, que ganhou destaque com o ChatGPT, da OpenAI, e o Gemini, do Google.

A unidade de pesquisa fundamental da Meta, FAIR (Fundamental AI Research), permanecerá distinta da nova estrutura. Entretanto, uma equipe de multimídia que fazia parte do FAIR foi realocada para a AGI Foundations.

De acordo com o comunicado interno, não haverá demissões nem saída de executivos em decorrência dessa reestruturação. No entanto, líderes de outras áreas foram redirecionados para fortalecer as novas unidades. Internamente, a perspectiva é que equipes menores e especializadas possam otimizar a velocidade e a inovação.

A reestruturação ocorre em um contexto de perda de talentos estratégicos, com profissionais da área de IA migrando para concorrentes europeus, como a startup francesa Mistral, aumentando a pressão sobre a Meta para manter sua competitividade no setor.

Sobre o Meta AI

No Brasil, a Meta lançou em março o Meta AI em português, disponível diretamente nos aplicativos da empresa. Este lançamento foi atrasado por questões regulatórias relacionadas à Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD), após críticas ao uso de dados públicos dos usuários para treinar os modelos. A Meta comprometeu-se a implementar maior transparência e opções para a exclusão desses dados.

O Meta AI opera como um chatbot integrado aos serviços da empresa. No WhatsApp, por exemplo, o Meta AI aparece como um contato interativo. No Instagram e Facebook, oferece suporte em buscas e mensagens diretas, respondendo perguntas, traduzindo idiomas, gerando imagens e sugerindo conteúdos.

Recentemente, a empresa anunciou o lançamento de um aplicativo dedicado ao Meta AI, introduzido no final de abril. Este app se destaca pela incorporação de uma estrutura social, incluindo um feed Discover, onde os usuários compartilham experiências de uso da IA. Esse recurso permite interações como curtidas, comentários e remixagem de conteúdos.

O sistema é alimentado por uma versão customizada do modelo Llama 4, que também introduziu um modo de voz em conversas, utilizando tecnologia “full-duplex” para simular interações humanas com sobreposição de fala e respostas em tempo real. Este recurso atualmente está em fase beta e disponível apenas em países como EUA, Canadá e Austrália.

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