A Meta anunciou o lançamento de um aplicativo próprio de inteligência artificial (IA), intensificando sua competição com o ChatGPT, da OpenAI. A apresentação ocorreu na LlamaCon, um evento voltado para desenvolvedores de IA.
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O aplicativo, denominado Meta AI, é fundamentado no modelo Llama 4. Um dos principais diferenciais será sua capacidade de integrar dados previamente compartilhados pelos usuários nas plataformas Facebook e Instagram, aumentando a relevância das respostas através de informações conhecidas.
Essa integração de dados suscita preocupações referentes à privacidade. No Brasil, a Meta firmou um plano de conformidade com a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) para utilizar informações públicas dos usuários no treinamento de suas IAs. Posteriormente, a empresa lançou o Meta AI no país, que se integra com Instagram, Facebook e WhatsApp.
O aplicativo será lançado inicialmente nos Estados Unidos, Canadá, Austrália e Nova Zelândia, sem previsão para lançamento no Brasil. A empresa indicou que está desenvolvendo recursos relacionados à multimodalidade, voz e personalização, embora não tenha um cronograma definido para a expansão global.
Durante a apresentação do aplicativo, Chris Cox, diretor de produto da Meta, destacou que a Meta AI foi projetada como uma assistente inteligente que se ajusta a diferentes contextos de uso. A versão integrada às redes sociais conta com 1 bilhão de usuários mensais.
Os usuários poderão conectar suas contas do Facebook e Instagram, permitindo que a IA compreenda seus interesses com base no histórico de interações e lembre-se de informações pessoais, como nomes e datas importantes.
O aplicativo incluirá funcionalidades como conversas por voz, geração e edição de imagens e busca de informações em tempo real, semelhantes a outras IAs. Além disso, contará com um recurso social denominado “Discover”, onde os usuários poderão compartilhar sugestões de uso da inteligência artificial.

O modo de conversa da opção de voz, quando ativado, proporciona uma interação mais fluída. Essa versão está em desenvolvimento, não possui acesso à internet ou a dados em tempo real e pode apresentar limitações, conforme informado pela empresa. O recurso estará disponível inicialmente nos mesmos quatro países mencionados anteriormente.
O aplicativo também gerenciará os óculos Ray-Ban Meta, substituindo o antigo Meta View. Após a atualização do aplicativo, todos os dispositivos pareados, configurações e mídias serão transferidos automaticamente para a nova seção Dispositivos.
A versão desktop da Meta AI foi aprimorada, incorporando interações por voz e, em certos países, testes de novas ferramentas, incluindo um editor de documentos com suporte a exportação em PDF. A empresa está analisando a viabilidade de integrar a interação da IA a partir de documentos, funcionalidade já presente em aplicativos concorrentes como ChatGPT e Gemini, do Google.
Diferentemente de outros eventos, o CEO da Meta não apresentou diretamente as inovações pela empresa, mas conduziu uma conversa com o CEO da Databricks, atuando como entrevistador.
Em complemento ao novo aplicativo, a Meta introduziu a Llama API, uma interface para desenvolvedores implementarem as soluções de IA da empresa em suas aplicações. A API facilita a integração da IA em produtos diversos, como websites e sistemas corporativos, sem a necessidade de treinamento ou hospedagem própria dos modelos.
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De acordo com a empresa, os dados dos usuários que utilizam a API não serão empregados para o treinamento de seus próprios modelos. No evento, foi anunciado que os modelos da família Llama ultrapassaram 1,2 bilhão de downloads desde seu lançamento em 2023.
Também foram apresentadas ferramentas de segurança, como Llama Guard 4 e Prompt Guard 2, que visam identificar falhas e proteger sistemas de IA contra abusos ou conteúdos inadequados. A Meta formou parcerias com empresas como Nvidia, Dell e IBM para facilitar a adoção de soluções Llama em larga escala por empresas.
A Meta ainda destacou os vencedores do Llama Impact Grants, que apoiou 10 projetos internacionais com mais de US$ 1,5 milhão por implementarem IA aberta em iniciativas sociais e econômicas. O projeto brasileiro Nova Escola foi premiado por desenvolver o AlfaTutor, uma ferramenta que apoia professores na criação de planos de aula personalizados, mesmo em áreas com conectividade limitada.