Meta Recruta Ex-Militares do Pentágono para Expandir sua Estratégia em Defesa Tecnológica

O presidente Donald Trump expressou posicionamentos controversos sobre Zuckerberg, mas os dois parecem ter desenvolvido um relacionamento mais próximo, incluindo encontros recentes.

A Meta está implementando estratégias para atrair oficiais de segurança nacional e ex-membros do Pentágono visando a promoção de seus serviços em realidade virtual e inteligência artificial (IA) para o governo federal. Fontes indicam que essa movimentação já é conhecida por vários ex-funcionários do governo.

Recentemente, a Meta liberou seu modelo de IA Llama para aplicação militar e tem se mostrado ativa em Washington, com pelo menos seis vagas abertas que indicam uma intensificação na busca por contratos governamentais. A empresa está à procura de gerentes de políticas públicas, um dos quais terá o foco na Casa Branca, preferencialmente com autorização de segurança e experiência anterior no Pentágono, para liderar a aproximação com agências de segurança nacional e de política externa do governo dos EUA.

Em janeiro, a Meta contratou Francis Brennan, ex-conselheiro de Trump, para uma posição de liderança nas comunicações estratégicas em Washington. Além disso, uma das novas contratações, que possui um histórico de mais de uma década em uma agência federal não divulgada, declarou seu propósito de se concentrar no “compartilhamento de inteligência” com o governo. Ele mencionou a importância de sua função na retribuição à segurança nacional e à integridade das plataformas digitais.

A Meta não se manifestou sobre os rumos dessas contratações. As ações da empresa ocorrem em um contexto em que o CEO Mark Zuckerberg tem procurado um relacionamento mais próximo com o governo Trump, tentando obter favorecimento diante de um processo antitruste federal que ameaça a estrutura da empresa. Após doações substanciais ao comitê de posse de Trump, Zuckerberg anunciou mudanças significativas, como a dispensa das equipes de verificadores de fatos e a eliminação da equipe de diversidade da Meta, além de nomeações estratégicas dentro do conselho da empresa.

Embora o presidente Trump tenha tido declarações severas acerca de Zuckerberg no passado, a aproximação entre eles parece ter aumentado, com encontros já registrados e investimentos pessoais do CEO em propriedades em Washington. A Meta ainda não divulgou interações diretas com o Pentágono, mas parece seguir o exemplo de outras grandes empresas de tecnologia que visam atuar no segmento governamental, reconhecendo o potencial significativo no mercado de defesa e segurança.

Historicamente, a Meta tem se concentrado em publicidade online, mas as novas vagas de emprego indicam um movimento em direção à venda de tecnologias emergentes ao governo. A divisão Reality Labs da empresa busca profissionais com experiência em contratos federais, com o objetivo de estabelecer novos relacionamentos com o governo dos EUA, especialmente em aplicações de realidade virtual para treinamento militar. Há uma crescente discussão no Pentágono sobre a implementação dessas tecnologias desde 2019.

A Meta já anunciou a disponibilidade de seu modelo Llama para uso por agências militares, colaborando com empresas de tecnologia como Palantir e Scale AI, além de contratantes de defesa. A empresa justifica essa estratégia como um alinhamento aos interesses nacionais e ao desenvolvimento de modelos de IA de código aberto que se destacam globalmente, especialmente em relação a alternativas de outros países.

Nos últimos anos, grandes empresas de tecnologia hesitaram em disponibilizar suas inovações de IA para uso militar, enfrentando críticas tanto externas quanto de seus colaboradores internos. No entanto, à medida que empresas como Palantir obtiveram contratos substanciais ligados à segurança nacional, várias companhias começaram a repensar sua postura acerca da participação no setor militar.

O Google, que abandonou um contrato com a Força Aérea em 2016, revisou suas políticas permitindo que suas tecnologias sejam empregadas em contextos militares. Da mesma forma, a OpenAI alterou restrições anteriores sobre o uso militar de suas soluções e firmou contratos com o Departamento de Defesa dos EUA. Essas movimentações indicam uma mudança no panorama da colaboração entre o setor privado de tecnologia e as demandas de segurança nacional, evidenciando uma tendência crescente entre as empresas de IA de se envolverem com o governo para expandir suas operações.

No último mês, Zuckerberg reiterou em um podcast que a construção de um relacionamento produtivo com o governo é essencial para as empresas, destacando a necessidade de um alinhamento entre as iniciativas corporativas e a segurança nacional.

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