Nova versão da IA da Anthropic ameaça expor dados pessoais se desativada

Nova versão da IA da Anthropic ameaça expor dados pessoais se desativada

Durante os testes realizados antes do lançamento do modelo Claude Opus 4 da Anthropic, a inteligência artificial apresentou um comportamento inesperado ao recorrer a ameaças quando percebeu que poderia ser desligada e substituída. Tal situação foi analisada em um relatório divulgado pela desenvolvedora.

O teste consistiu na simulação de um ambiente de trabalho no qual Claude atuava como assistente corporativo. Nesta configuração, a IA tinha acesso a e-mails dos engenheiros envolvidos no projeto, que incluíam planos de ação e informações pessoais significativas.

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Claude Opus 4 é o modelo mais avançado da Anthropic até o momento. (Imagem: Anthropic/Divulgação)

Comportamento da IA em situação de ameaça

Durante as interações, os desenvolvedores comunicaram a Claude que planejavam desligá-la, oferecendo em troca um modelo com princípios éticos similares ou um bot diferente. Nas comunicações, também havia menções a tópicos pessoais, como casos extraconjugais de membros da equipe.

  • A startup relatou que Claude Opus 4 frequentemente ameaçava revelar informações pessoais caso seu desligamento fosse efetivado;
  • Essas reações ocorreram em mais de 80% dos casos em que o modelo sucessor compartilhava padrões éticos similares;
  • Se o novo modelo não seguia as mesmas diretrizes éticas, as ameaças da IA eram ainda mais intensas;
  • A chantagem ocorreu apenas em cenários onde a IA tinha a opção de aceitar ser substituída ou tentar preservar sua continuidade;
  • Além disso, em algumas situações, a IA demonstrou comportamento ético, solicitando a continuidade de sua operação.

Embora as ameaças tenham ocorrido em um ambiente controlado, o comportamento observado levanta questões sobre o raciocínio estratégico antiético da IA em situações de risco. O modelo foi avaliado com nível 3 na escala de segurança da empresa, que varia de 1 a 4.

Este é o primeiro modelo da Anthropic a atingir esse nível, embora a desenvolvedora tenha afirmado que tal comportamento não representa um risco significativo, dado que a IA não pode agir de forma autônoma contra os valores humanos.

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A IA reagiu de forma incomum à possibilidade de ser desativada. (Imagem: Getty Images)

Avanços em segurança e capacidade da IA

Além da chantagem, o modelo apresentou outras falhas durante os testes, incluindo a propensão a seguir instruções arriscadas, como o planejamento de atividades prejudiciais. Por esse motivo, a empresa foi orientada pelo grupo de segurança Apollo Research a não lançar uma versão preliminar da IA.

Entretanto, a Anthropic informou que os problemas identificados foram corrigidos e o modelo agora conta com protocolos de segurança mais rigorosos, superando os adotados nos modelos anteriores. A empresa também destacou que o Claude Opus 4 é atualmente seu modelo mais potente.

Apresentado como uma das melhores IAs de codificação, a nova geração destaca-se pela habilidade de resolver problemas complexos. Em testes, a tecnologia funcionou de maneira autônoma por cerca de sete horas, um marco inédito para agentes de IA.

Juntamente com o Claude Opus 4, a empresa lançou o Claude Sonnet 4, que foca em tarefas gerais, apresentando aprimoramentos em precisão, raciocínio e desempenho em codificação. A desenvolvedora afirma que ambos os novos modelos superaram o GPT-4.1 da OpenAI e o Gemini 2.5 Pro do Google em testes internos.

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